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sábado, 17 de setembro de 2011

Estudo dos Gêneros literários


                   GÊNERO NARRATIVO

·         O texto narrativo pode ser escrito em verso ou em prosa.
·         Dentre as formas narrativas escritas em verso, destaca-se a épica.

                                  ÉPICO

·         O narrador trata de fatos históricos grandiosos.
·         Exalta personagens heróicos, quase sempre representando sentimentos de uma coletividade.
·         O narrador épico não expressa o seu mundo interior, mas volta seu olhar para fora, para o mundo exterior.
·         O narrador épico se coloca como um observador, mantendo certo distanciamento dos fatos que narra.
·         Os heróis épicos são sempre seres excepcionais, cujas qualidades os tornam diferentes de todas as outras personagens.
·         A narrativa épica mais importante em língua portuguesa são os Lusíadas, poema do escritor português Luís Vaz de Camões.
·         Dentre as principais epopéias (ou poemas épicos) podemos destacar: Ilíada e Odisséia (Homero; narrativas sobre a guerra entre Grécia e Tróia); Os Lusíadas (Camões – Portugal).
·         No Brasil, as principais epopéias foram escritas no século XVIII: O Caramuru (Santa Rita Durão); O Uraguai (Basílio da Gama); Vila Rica (Cláudio Manuel da Costa).


                               NARRATIVA EM PROSA

·         As principais formas narrativas em prosa são: O Romance, A Novela, O Conto e a Crônica.


                                         CRÔNICAS

·         Na crônica o tempo e o espaço estão claramente definidos e um pequeno enredo é desenvolvido.
·         Ao retratar fatos ou acontecimentos que caracterizam uma parte da sociedade, a crônica exprime o estado emotivo do cronista (Crônica lírica), apresenta uma reflexão a partir de um fato ou evento (Crônica filosófica).
·         A crônica pode nos dar uma visão irônica ou cômica dos fatos (Crônica humorística) ou tratar de aspectos particulares das notícias ou dos fatos (Crônica esportiva, policial, política, etc.).
·         A crônica foi um dos gêneros que mais se renovou a partir da década de 40.
·         As crônicas registram a fala do povo, a sua psicologia, retratando o cotidiano com humor, ironia e lirismo, numa perspectiva crítica e reveladora.
·         Destacam-se entre outros: Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Luís Fernando Veríssimo.


                                  NOVELA

       Novela em português é uma narração em prosa de menor extensão do que o romance.
A novela seria, então uma forma intermediária entre o conto e o romance, caracterizada, em geral, por uma narrativa de extensão média na qual toda a ação acompanha a trajetória de um único personagem (o romance, em geral, apresenta diversas tramas e linhas narrativas).
É comum dividirmos romance, novela e conto pelo número de páginas. Em média, a novela tem entre 50 e 100 páginas.
    As origens da novela enquanto gênero literário remonta aos primórdios do Renascimento, designadamente a Giovanni Boccaccio (1313-1375) e a sua grande obra, o Decameron, ou Decamerão, que rompe com a tradição literária medieval, nomeadamente pelo seu cariz realista.


·         A novela caracteriza-se por uma pluralidade dramática.
·         Ao contrário do conto, a novela apresenta um maior número de personagens principais e secundários.
·         Na novela a carga dramática vai crescendo ao longo dos episódios até chegar ao epílogo.
·         Observa-se nas novelas a preferência por cenas dialogadas.
·         A novela é geralmente uma narrativa centrada em um só acontecimento e suas repercussões.
·         Com um número pequeno de personagens (com exceção das novelas de televisão, as características destas não são inteiramente estudadas.


                                      CONTO

·         O conto é uma narrativa curta que procura registrar um conflito do qual um número reduzido de personagens participa.
·         A introdução é muito próxima do desfecho.
·         O conto apresenta uma só unidade de ação, num espaço limitado.
·         A ação costuma ter uma intensa carga dramática em um único local.
·         É característica do contista evitar divagações ou descrições exageradas, eliminando detalhes inúteis para narrar apenas o essencial.

                                    ROMANCE

·         O romance constitui uma narrativa longa, de enredo mais complexo que a novela.
·         Apresenta pluralidade de ações.
·         No romance há um núcleo dramático mais importante e outros que vão sendo desenvolvidos ao mesmo tempo configurando uma teia de conflitos que se inter-relacionam.
·         As personagens são analisadas mais profundamente no romance que em outras espécies narrativas.
·         São tipos de romances: de aventuras, de amor, o policial, o de ficção científica, o fantástico, o realista, etc.


                                          GÊNERO LÍRICO

·         É o texto em que predomina a expressão do “eu”.
·         Esse eu que no texto projeta seu mundo interior, expressando os seus sentimentos e anseios.
·         Os temas líricos mais freqüentes são: o amor, a saudade, a solidão e a morte.
·         A palavra lírica deriva de “lira”, instrumento musical usado pelos antigos gregos, alguns anos antes de Cristo.
·         Ao longo do tempo outros instrumentos foram sendo usados no acompanhamento das canções líricas, tais como: A Flauta e o Alaúde.
·         Por volta do século XV, o texto lírico começou a ser feito também para ser lido, dispensando o acompanhamento musical.
Exemplo
AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

 SONETO DA FIDELIDADE
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
.
                                              Vinícius de Morais


GÊNERO DRAMÁTICO
Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediário entre si e o público a representação.
A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação.
No gênero dramático não há um narrador que conduz a história.
São os atores que tomam a palavra e se apresentam diante dos telespectadores, dialogando entre si, assim, imitando as ações dos personagens e fazendo evoluir o enredo.
O gênero dramático realiza-se através do espetáculo teatral.
A apresentação pode contar com vários recursos, como iluminação, cenário, música etc.
No teatro, por não haver narrador, as características das personagens devem ser compreendidas pelo expectador diretamente através das ações que ele vê no palco (através dos gestos e fala dos atores).
Os personagens devem estar ligados com uma lógica uns aos outros e à ação.
Há a estrutura da ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e seguindo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho.
O texto cênico pode originar-se dos demais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.

Dentre as formas de expressão dramática podemos destacar: a tragédia, a comédia, a farsa, o auto e o drama.

A Tragédia – de origem clássica, seu objetivo principal era inspirar medo e compaixão aos que assistiam, através da exposição de cenas de grandes feitos de virtude ou de crime, além das desgraças ou infortúnios, castigos e traições.
Acreditava-se que por meio da tragédia, se “purificavam” os sentimentos.

                                  EDIPO-REI DE SÓFOCLES
Nela conta-se que Laio, senhor de Tebas, soube pelo oráculo que seu filho recém-nascido. Haveria algum dia de assassiná-lo, casando-se em seguida com a sua própria mãe. Por isso, Laio antecipa-se ao destino e manda matá-lo, mas suas ordens não são cumpridas, e a criança cresce em lugar distante. Quando adulto, Édipo consulta o oráculo e ao tomar conhecimento do destino que lhe fora reservado, foge da casa dos supostos pais a fim de evitar o cumprimento daquela sina. No caminho desentende com um conhecido e o mata. Esse desconhecido sem que Édipo soubesse, era seu verdadeiro pai. Entrando em Tebas casa-se com Jocasta, viúva de Laio, ignorando ser ela sua mãe. E assim se cumpre o destino. No final Édipo se cega.

                                        COMÉDIA

·         Tem sua origem nas festas em honra do deus Dionísio; é voltada a provocar risos através de contrastes. Tem por objetivo criticar o comportamento humano através do ridículo.

                                            TRAGICOMÉDIA

·         Mistura das duas anteriores, em que ocorrem acontecimentos tristes, mas o desfecho é feliz.

                                             O DRAMA

·         Espécie de modernização da tragicomédia, em que se alternam momento de alegria e de dor.

                                             A FARSA

·         Representação mais leve, em que se ridicularizam costumes ou elementos da sociedade, apelam para a caricatura.

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