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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Naturalismo/Realismo - ENEM


Estudo sobre o Realismo/Naturalismo
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO
·         Visão científica exagerada, associada ao positivismo e ao determinismo.
·         O homem tomado em seu aspecto instintivo, libidinoso, animalesco.
·         Obra de arte em conformidade com os modelos científicos de análise.
·         Ambiente mais focalizado: favelas, cortiços, a vida das populações marginalizadas.
·         O autor tem preferência pela experimentação.
·         A tendência maior é retratar a realidade externa da personagem.
·         Perfil das características físicas em destaque.
·         Romance de origem patológica.
·         Relato de experiências cuja realização é científica.


Exemplos de textos naturalistas:
Os tipos humanos
João Romão
            E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas.
            ... possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha.
Aluísio Azevedo
A “gentalha”, caracterizada como um conjunto de animais, movidos pelo instinto e pela fome.
E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar; a fervilhar, a crescer um mundo, uma coisa viva, uma geração que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro e multiplicar-se como larvas no esterco.
As corridas até a venda reproduziam-se num verminar de formigueiro assanhado.
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.
Aluísio Azevedo

A zoomofização e o determinismo

... depois de correr meia légua, puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.
Leandra... a 'Machona', portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.
Rita Baiana... uma cadela no cio.
Aluísio Azevedo

... “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava o berro dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se”.
Vidas Secas (p.59)

... “Ele, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos...”
Vidas Secas (p.18)

... “Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criava raízes, estava plantado.”
Vidas Secas (p.19)

... “os sapatões de couro cru batendo no chão como cascos”; a barba do vaqueiro é composta de “pêlos ruivos” e, quando caminha, parece “farejar o solo”.
Vidas Secas
                        
                           CARACTERÍSTICAS DO REALISMO

·         Visão científica controlada e associada à psicologia.
·         Ambiente mais focalizado: a vida urbana entre pessoas da burguesia decadente.
·         O autor tem preferência pela observação.
·         Existe uma tendência: retratar a realidade interior da personagem.
·         É indireto na interpretação; o leitor tira as suas conclusões.
·         Crítica à corrupção, aos falsos valores e a hipocrisia da burguesia.
·         Objetividade.
·         Enfoque para o cotidiano e o tempo presente.
·         A atualidade em foco.
·         Temas universais.
·         Personagens criados com base em modelos humanos reais.
·         O realismo é insurgido-se contra a pintura imaginativa dos românticos.
·         O pintor batalhava pela sinceridade da arte, em oposição à liberdade artística do romantismo.




Exemplo de texto realista:
ÓBITO DO AUTOR
            Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias princípio, ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
            Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, Possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze
Onze amigos!

Filosofia Positivista  (Augusto comte, 1789 – 1897).
     
O Positivismo nasceu com Claude Henri Saint-Simon (1760- 1825), defensor do industrialismo, que acreditava ser possível elaborar uma ciência da sociedade que orientasse as elites na busca da ordem, da paz e do progresso, para conter os “ímpetos revolucionários” das classes trabalhadoras.
Mas seu discípulo August Comte ( 1798- 1857) é quem sistematizou os princípios fundamentais do positivismo.
August comte é um pensador francês e é considerado o criador da sociologia que deveria usar os mesmos métodos das outras ciências para atingir uma verdade, ou seja: observar, experimentar e comparar.
O lema da bandeira do Brasil, “ordem e progresso”, mostra claramente a influência do pensador.

Determinismo e Racismo
As teorias deterministas e evolucionistas muitas vezes são utilizadas como justificativa para o domínio de alguns povos sobre os outros. Os europeus utilizaram – nas para justificar a opressão e domínio de países africanos, asiáticos e do Novo Mundo. Adolf Hitler exterminou, em nome da supremacia do homem alemão, milhões de judeus.
No nosso cenário ideológico, é comum a afirmação de que o nosso atraso econômico e cultural se deve a mistura de raças como instrumento do Imperialismo e justificativa para a supremacia dos povos da Europa, costuma – se divulgar que herdamos a “preguiça do índio”, a malandragem do negro” e a “cupidez” e “estupidez”do branco lusitano degradado.


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