GUERRA DOS SEXOS
Proposta de redação
SEXO E TEMPERAMENTO EM TRÊS SOCIEDADES PRIMITIVAS
Nos anos 30, Margareth Mead comparou três sociedades primitivas da Nova Guiné, visando a observar como as atitudes sociais se relacionavam com as diferenças sexuais. A partir dos resultados obtidos na pesquisa, concluiu que a crença, então compartilhada na sociedade americana, em um temperamento inato ligado ao sexo, não era universal. Segundo ela, toda cultura determina de algum modo os papéis dos homens e das mulheres, mas não o faz necessariamente em termos de contraste entre as personalidades prescritas para os dois sexos nem em termos de dominação ou submissão.
Entre os povos estudados por Mead, os montanheses Arapesh, agricultores e criadores de porcos, eram (homens e mulheres) maternais, cooperativos, sociáveis, pouco individualistas e orientados para as necessidades da geração seguinte.
Em síntese, um povo com características “femininas”.
Já os ferozes caçadores de cabeça Mundugumor, agricultores e pescadores, eram o extremo oposto. De acordo com a autora, desprezando o sexo como base para o estabelecimento de diferenças de personalidade, padronizaram o comportamento de homens e mulheres como “ativamente masculino, viril e sem quaisquer das características edulcoradas que estamos acostumados a considerar indiscutivelmente femininas”. Esse povo era formado por indivíduos implacáveis que se aproximavam de um tipo de personalidade que, na cultura americana, só se encontraria em homens indisciplinados e extremamente violentos.
Nos Tchambuli, por sua vez, pescadores lacustres e amantes das artes, havia uma inversão das atitudes sexuais: a mulher seria o parceiro dirigente, dominador e impessoal, e o homem, menos responsável e emocionalmente dependente.
Para Mead, o fato de que traços de temperamento tradicionalmente considerados femininos fossem, em uma tribo, erigidos como padrão masculino e, em outra, prescritos para a maioria das mulheres e dos homens demonstra não haver base para considerar tais aspectos comportamentais vinculados ao sexo. Essa conclusão seria reforçada pela versão da posição de dominância entre os sexos no terceiro povo estudado.
(PISCITELLI, Adriana. Uma Questão de Gênero - Mente Cérebro. São Paulo Duetto Editorial
, 2008
. p. 24)
Toda cultura determina de algum modo os papéis dos homens e das mulheres.
Considerando a afirmativa acima e os trechos abaixo, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você apresente suas reflexões a respeito dos papéis usualmente considerados masculinos ou femininos.
Rigorosamente, os seres humanos nascem machos ou fêmeas. É através da educação que recebem que se tornam homens e mulheres. A identidade social é, portanto, socialmente construída. (p. 10)
(SAFFIOTI, Heleieth I. B. O Poder do Macho. São Paulo: Moderna, 1987)
É um risco criarmos meninos e meninas de modos idênticos, ensinando que são iguais e têm as mesmas capacidades. Crescerão sem a consciência de que cada ser humano é único e de que deve ser objeto de uma descoberta permanente. E de que há diferenças determinadas por questões biológicas estruturando homens e mulheres em formas de ser distintas. (p. 232)
(PEASE, Allan & PEASE, Barbara. Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?: uma Visão Científica (e Bem-Humorada) de Nossas Diferenças. Trad. Neuza M. Simões Capelo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000)
Foi-se o tempo em que ser mulher ou homem bastava para que um determinado número de atributos fosse conferido. “Aos homens o trabalho, às mulheres a cozinha”; “aos varões o dinheiro, às fêmeas os filhos”. Essas e outras, se não deixaram de ser assertivas verdadeiras, ao menos foram bastante amenizadas em sua incidência social e subjetiva. (p. 7)
(POLI, Maria Cristina. Feminino/Masculino. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007)
Orientações
- Evite copiar passagens dos fragmentos apresentados.
- Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da língua.
- Redija um texto de 20 a 25 linhas.
- Não se esqueça de atribuir um título a seu texto.
Argumentos:
De cada quatro famílias brasileiras, uma é chefiada por mulher.
Isso seja pela necessidade de sustentar a família, seja pelo desejo de realização profissional.
Ela passa a ter voz ativa e a se profissionalizar, conquista direitos sociais idênticos aos do homem, aumenta o seu poder aquisitivo, estuda mais e tem menos filhos.
O aumento na escolaridade é uma das mudanças mais marcantes no perfil da mulher brasileira nos últimos anos.
Entre os trabalhadores com ensino médio completo ou superior, elas têm desempenho melhor que os homens: 40º/º, contra 33º/º dos homens segundo a fundação Seade.
Apesar de ter adquirido, no entanto, mais instrução, ter evoluído socialmente e dentro do mercado de trabalho, as mulheres ainda lutam por uma igualdade ainda maior na questão salarial. A mulher ganha cerca de 30% a menos que um homem, exercendo a mesma função.
A mestre em sociologia Ana Claudia Fernandes Gomes, 35, explica. “As empresas acreditam que a mulher dê mais prejuízo, porque tem que sair de licença maternidade, muitas vezes faltar para levar o filho ao médico e isso ainda é muito cultural.
O mais curioso desses dados é que geralmente os cargos que exigem mais estudo têm essa distinção salarial mais gritante. Então as formadas e as universitárias sofrem esse processo de discriminação que muitas vezes não é só salarial, mas também moral”.
A mulher entra definitivamente no mercado de trabalho a partir de 1950, quando ocorre a saída do campo e o começo da vida nas cidades. Os primeiros cargos exercidos por mulheres eram geralmente de professoras primárias e secretárias.
Com o tempo muitos cursos foram criados, e as mulheres começaram a estudar mais, participaram dos cursos universitários, e ganharam espaço em diversas carreiras.
Os rendimentos delas só se equiparam ao dos homens quando ocupam cargo executivo de chefia e têm currículo igual.
No Brasil, apenas 6º/º das maiores companhias são dirigidas por mulheres.
No decorrer dos anos as mulheres tiveram que provar mais de uma vez que eram capazes, e conseguiram destaque em diversos setores. É incontestável a ascensão feminina, contudo, seu crescimento ainda só não é mais evidente devido a diversos fatores culturais. A cada dia, mulheres de diferentes gêneros e pluralidades continuam a lutar por direitos igualitários, seja na vida particular ou profissional.
A mulher na história
Durante quase toda a história brasileira, a estrutura patriarcal boicotou a participação da mulher nos destinos da sociedade.
Não há referência do nome de nenhuma mulher em nossa história oficial.
No início da colonização vieram as prostitutas, as feiticeiras, as criminosas, as adúlteras, vieram as negras para a escravidão e para ranger os catres.
O nome de algumas mulheres que apareceram na história: excetuando o das rainhas: a escrava forra Chica da Silva, Marquesa de Santos, Anita Garibaldi, Maria Quitéria.
Na nossa história literária, encontramos mulher, desde nosso primeiro poeta Gregório de Matos até Carlos Drummond de Andrade, oscilando entre a bondade angelical e a perversidade demoníaca: Marília de Dirceu, Helena, Capitu, Ceci, Tieta do Agreste, Gabriela, A Moreninha e Maria Moura.
A mulher, no Brasil, começa a romper com as amarras patriarcais no Romantismo.
Após cem anos de comemoração do dia Internacional da Mulher, percebe-se como as reivindicações pelos direitos femininos, alteraram questões fundamentais na cultura da sociedade atual.
Hoje, um grande número de mulheres ocupam espaço no mercado de trabalho, e conciliam carreira profissional, vida doméstica e familiar sem muitos problemas.
O perfil da mulher moderna é muito diferente daquele que existia até o meio do século XX, em que a visão que se tinha era de um ser frágil, que deveria cuidar da casa e dos filhos e depender financeiramente de um homem.
O perfil da mulher moderna é muito diferente daquele que existia até o meio do século XX, em que a visão que se tinha era de um ser frágil, que deveria cuidar da casa e dos filhos e depender financeiramente de um homem.
Esse tipo de pensamento ficou no passado, e as mulheres não só saíram de casa para trabalhar fora, mas ocuparam um espaço significativo na sociedade, capazes de conquistar cargos de responsabilidade que antes eram especificamente direcionados aos homen
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