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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pontos importantantes nos textos de João Guimarães Rosa - ENEM


                                       JOÃO GUIMARÃES ROSA
                             BIOGRAFIA
          João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, MG, 1908 – Rio, 1967.
Este é o homem de uma pequeníssima cidade do interior mais remoto de Minas Gerais, lá onde está a belíssima Gruta de Maquiné. Ele haveria de conquistar a mais elevada posição na literatura brasileira do século XX, o que lhe confere, junto a Machado de Assis, posição de destaque entre os grandes nomes da literatura universal. Era um sujeito super-dotado. Formando-se em medicina em 1930, na capital de seu estado, preferiu clinicar no interior.
Aprofundou o contato com um certo tipo de gente que sempre o fascinou: o homem primitivo, quase pré-histórico do interior de Minas Gerais. Entre uma viagem e outra, a cavalo, atendendo e observando o seu povinho, ia estudando idiomas: Francês, Inglês, Italiano, Espanhol, Russo, Húngaro, Grego, Latim... sabia mais de nove idiomas.
Esteve em Barbacena, como médico da força pública. Em 1934, por sugestão de um amigo espantado com seu conhecimento de línguas, presta concurso para o Itamaraty. Obtém o 2º lugar. Daí por diante o mundo é o seu sertão.
Em 1937 escreve os Contos de Sagarana que, submetido a um concurso, saiu vencido. Mas Graciliano um dos membros do júri, brigou muito para que os Contos do Veator (em latim: o viandante), esse era o seu pseudônimo, fossem premiados. Rosa aceitou a derrota e guardou seu calhamaço de quinhentas páginas. Com o tempo foi depurando-o e, reduzindo à trezentas páginas, veio à luz em 1946. A surpresa foi total. Graciliano Ramos certificou-se de que seu juízo estava correto. Viator fora traçado para ser um grande escritor: o estilo era absolutamente novo, a paisagem mineira ressurgia viva e colorida, as personagens expressavam o pitoresco de sua vida regional num falar surpreendentemente recriado, e os bois e as aves e as plantas e os rios e os bichos remexiam suas vidas nas páginas do livro. Sucessos de crítica e de público. Um novo clássico da língua.
Decorridos dez anos de sua estréia, Guimarães Rosa volta a público com dois livros superiores ao primeiro: Corpo de Baile (novelas) e Grande Sertão Veredas (romance). O homem estava convicto de que o seu caminho era o sertão, pois em meio às constantes estadas no exterior, fazia também constantes visitas ao meio primitivo de onde viera. De uma das visitas, na verdade uma excursão como vaqueiro pelo interior do Mato Grosso, escreveu até uma reportagem poética: como o vaqueiro Mariano, publicada no Correio da Manhã, Rio 1952.
A esta altura Guimarães Rosa já é um mito nacional e suas obras começam a ser traduzidas para todos os idiomas cultos. Sua vida como diplomata prossegue e seus trabalhos são agora de menor vulto, porém continua a qualidade junto à novidade: Primeiras Estórias (contos curtos), 1962 e, no ano da morte, ocorrida quarenta e oito horas após a posse na Academia Brasileira de Letras, 1967, Tutaméia – Terceiras Estórias (contos curtíssimos).
Segundo um velho conceito, arte é mimesis: imitação da natureza. Mas o grande artista imita-a segundo critérios subjetivos que adicionam ao natural uma carga imensa de pessoal, de modo que o universo natural resulte em universo humano. Foi isso que Rosa fez: observou o real e, a partir de longa meditação poética, recriou-o na base da fantasia. De forma que nele tudo parece real e fantástico ao mesmo tempo. Esta é a marca da grande arte: o real transfigurado por um critério pessoal e inédito de imaginação.


BIBLIOGRAFIA

Ø   Grande Sertão: Veredas (1956)  -   * Primeiras Estórias (1962)
Ø   Tutaméia – Terceiras Estórias (1967) - *Estas Estórias (1969) Ave, palavra (1970).
Ø   Corpo de Baile, a partir da 3ª edição, tripartiu-se em volumes autônomos.
Ø   Manuelzão e Miguilim (“Campo Geral” e “Uma Estória de Amor”); No Urubuquaquá, no Pinhém (“O Recado do Morro”; “Cara de Bronze” e “A Estória de Lebrio e Lina”) e Noites no Sertão (“Lão – Dalalão” e “Buriti”).

      PONTOS IMPORTANTES NA OBRA DE JOÃO GUIMARÃES ROSA
         Aprofundou contato com um tipo de gente que sempre o fascinou: o homem     
          primitivo quase pré-histórico do interior de Minas Gerais.
v  Em suas obras a paisagem mineira ressurgia viva e colorida.
v  As personagens expressavam o pitoresco de sua vida natal e natural num falar surpreendentemente recriado.
v  Os bois, as aves, as plantas, os rios e os bichos remexem suas vidas nas páginas dos livros.
v  Guimarães Rosa escreveu estórias do interior mineiro.
v  Jagunços, fazendeiros, enigmas, perigos, dentro de um cenário, onde a natureza e as pessoas também costumam-se cobrir de sugestões sobrenaturais.
v  São elementos presentes em suas obras: cegos, peregrinos, prostitutas, clérigos, bandidos, curandeiros, cavaleiros, donzelas.
v  Apresenta em sua obra a cor local.
v  João Guimarães Rosa foi um grande conhecedor de línguas estrangeiras e das raízes da nossa própria, é responsável pela criação de palavras e torneios sintáticos de alta impressividade.
v  O estilo de João Guimarães, apesar do hermetismo, é fluente e oralíssimo.
v  Sua narrativa lírica encontra, no entanto, momentos de forte impregnação épica: a gesta dos jagunços se assemelha às gestas dos cavaleiros medievais.
v  A narrativa rosiana, com seus mistérios e revelações, possui sempre uma estrutura mítica: expressa uma visão global da existência, a qual é uma espécie de panteísmo que tende a fundir todas as manifestações da natureza numa unidade a um tempo espiritual e material.
v  O sertão aparece como uma forma de aprendizado sobre a vida, sobre a existência, não apenas do sertanejo, mas do homem. “O sertão é o mundo”.
v  É a linguagem, a verdadeira matéria de todos os textos rosianos, ainda que calcada em aspectos do falar sertanejo, mistura-se à pesquisa erudita, aos arcaísmos, à exploração sonora, sintática e semântica, conferindo ao regionalismo uma dimensão não encontrada em nenhum outro escritor brasileiro.

v  A linguagem rosiana, também apresenta regionalismo de diferentes fontes, arcaísmo, estrangeirismo e neologismos formados por elementos de diferentes idiomas.

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