EXERCÍCIOS – FIGURAS DE LINGUAGEM
01 - Assinale a
figura de linguagem predominante no seguinte trecho:
A engenharia
brasileira está agindo rápido para combater a crise de energia.
a)
Metáfora.
b)
Eufemismo.
c)
Pleonasmo.
d)
Metonímia.
e)
Hipérbole.
02–
(UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopéia.
a) “A
luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice
Lispector)
b) “As
palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…”
(Drummond)
c) “Quando
essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)
d) “A poesia vai à esquina comprar
jornal”. (Ferreira Gullar)
e) “Meu
nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)
03 –
(FUVEST) - A catacrese, figura
que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:
a) Os tempos
mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor
do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c)
Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar
salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a
luz tem cheiro.
04 –
(UFPA) Tecendo a manhã
Um galo sozinho
não tece uma manhã:
ele precisará
sempre de outros galos.
De um que apanhe
o grito que um galo antes
e o lance a
outro; e de outros galos
que com muitos
outros galos se cruzem
os fios de sol
de seus gritos de galo,
para que a
manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo,
entre todos os galos.
E se encorpando
em tela, entre todos,
se erguendo
tenda, onde entrem todos,
se entretendendo
para todos, no toldo
(a manhã) que
plana livre de armação.
A manhã, toldo
de um tecido tão aéreo
que, tecido, se
eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de
Janeiro, José Olympio, 1979)
Nos versos
“E se encorpando
em tela, entre todos,
se erguendo
tenda, onde entrem todos,
se entretendendo
para todos, no toldo…”
tem-se exemplo
de
a)
eufemismo
b)
antítese
c)
aliteração
d) silepse
e)
sinestesia
05 –
(UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada NÃO tem sentido
conotativo em:
a) A
comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.
b)
Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal
praticado.
c) O
melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland
Garros.
d) Sob a
mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o caixa das principais
emissoras.
e) Alta
nos juros atropela sonhos da classe média.
06 –
(UFPB)
Um
dia, o Simão me chamou: – “Vem ver. Olha ali”. Era uma mulher, atarracada,
descalçada, que subia o caminho do morro. (Diante do Sanatorinho havia um
morro. Os doentes em bom estado podiam ir até lá em cima, pela manhã e à
tarde.) Lembro-me de que, de repente, a mulher parou e acenou para o
Sanatorinho. Não sei quantas janelas retribuíram. E o curioso é que, desde o
primeiro momento, Simão saltou: – “É minha! Vi primeiro!”.
Uns
oitenta doentes tinham visto, ao mesmo tempo. Mas o Simão era um assassino.
Como ele próprio dizia, sem ódio, quase com ternura, “matei um”. E o crime
pretérito intimidava os demais. Constava que trouxera, na mala, com a escova de
dentes, as chinelas, um revólver. Naquela mesma tarde, foi para a cerca,
esperar a volta da fulana. E conversaram na porteira. Simão voltou, desatinado.
Conversara a fulana. Queria um encontro, na manhã seguinte, no alto do morro.
A
outra não prometera nada. Ia ver, ia ver. Simão estava possesso: – “Dez anos!”,
e repetia, quase chorando: – “Dez anos não são dez dias!”. Campos do Jordão
estava cheio de casos parecidos. Nada mais cruel do que a cronicidade de certas
formas de tuberculose. Eu conheci vários que haviam completado, lá na montanha,
um quarto de século. E o próprio Simão falava dos dez anos como se fosse esta a
idade do seu desejo.
Na
manhã seguinte, foi o primeiro a acordar. (…) Havia uma tosse da madrugada e
uma tosse da manhã. Eu me lembro daquele dia. Nunca se tossiu tanto. Sujeitos
se torciam e retorciam asfixiados. E, súbito, a tosse parou. Todo o Sanatorinho
sabia que, no alto do morro, o Simão ia ver a tal mulher do riso desdentado. E
justamente ela estava subindo a ladeira. Como na véspera, deu adeus; e todas as
janelas e varandas retribuíram. Uma hora depois, volta o Simão. Foi cercado,
envolvido: – “Que tal?”. Tinha uma luz forte no olhar: – “Tem amanhã outra
vez”. Durante todo o dia, ele quase não saiu da cama: – sonhava. Às seis, seis
e pouco, um médico entra na enfermaria. Falou pra todos: – “Vocês não se metam
com essa mulher que anda por aí, uma baixa. Passou, hoje de manhã, subiu a
ladeira. É leprosa”. Ninguém disse nada. O próprio Simão ficou, no seu canto,
uns dez minutos, quieto. Depois, levantou-se. No meio da enfermaria, como se
desafiasse os outros, disse duas vezes: – “Eu não me arrependo, eu não me
arrependo”.
(RODRIGUES, Nelson. A menina sem estrela. São Paulo:
Companhia das Letras, 1993, p. 132-3.)
A partir da
convenção seguinte:
I. Animização
II.Metáfora
III.Metonímia
IV.Silepse
Preencha os
parênteses com a adequada classificação das figuras de linguagem:
( )”… e todas as
janelas e varandas retribuíram.”
( )”Campos do
Jordão estava cheio de casos parecidos.”
( )”… Simão ia
ver a tal mulher do riso desdentado.”
A seqüência
correta encontra-se em
a) I, III,
II.
b) I, IV,
II.
c) II,
III, II.
d) III,
IV, II.
e) III, IV, III.
07 –
(ANHEMBI)
“A novidade
veio dar à praia
na qualidade
rara de sereia
metade um
busto de uma deusa maia
metade um
grande rabo de baleia
a novidade era
o máximo
do paradoxo
estendido na areia
alguns a
desejar seus beijos de deusa
outros a desejar
seu rabo pra ceia
oh, mundo tão
desigual
tudo tão
desigual
|
de um lado
este carnaval
do outro a
fome total
e a novidade
que seria um sonho
milagre
risonho da sereia
virava um
pesadelo tão medonho
ali naquela
praia, ali na areia
a novidade era
a guerra
entre o feliz
poeta e o esfomeado
estraçalhando
uma sereia bonita
despedaçando o
sonho pra cada lado”
|
(Gilberto Gil – A Novidade)
Gilberto Gil em
seu poema usa um procedimento de construção textual que consiste em agrupar
idéias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de
significação. A figura de linguagem acima caracterizada é:
a)
Metonímia.
b) Paradoxo.
c) Hipérbole.
d)
Sinestesia.
e)
Sinédoque.
08 –
(UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do
engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me
em segredo: / saiu um novo romance./
E da feira do
domingo/ me traziam conspirantes/
para que os
lesse e explicasse/ um romance de barbante./
Sentados na roda
morta/ de um carro de boi, sem jante,/
ouviam o folheto
guenzo, / o seu leitor semelhante,/
com as
peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
Embora as coisas
contadas/ e todo o mirabolante,/
em nada ou pouco
variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/
e soassem como
sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
a tensão era tão
densa,/ subia tão alarmante,/
que o leitor que
lia aquilo/ como puro alto-falante,/
e, sem querer,
imantara/ todos ali, circunstantes,/
receava que
confundissem/ o de perto com o distante,/
o ali com o
espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
e que o acabasse
tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que
afrontar/ as brabezas do brigante./
(…)
João Cabral de Melo Neto
Sobre as figuras
de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo:
1ª COLUNA
(1) Romance de barbante
(2) Roda morta; folheto guenzo
(3) Como puro alto-falante
(4) Perto/distante
Ali/espaço mágico
Franzino/gigante
(5) Cochichavam-me em
segredo
|
2ª COLUNA
( ) Pleonasmo
( ) Metáfora
( ) Comparação
( ) Metonímia
( ) Antítese
|
A ordem correta
é:
a) 1, 2,
3, 4, 5
b) 5, 2, 3, 1, 4
c) 3, 1,
4, 5, 2
d) 2, 1,
3, 4, 5
e) 2, 4,
5, 3, 1
COM BASE NO
TEXTO ABAIXO, RESPONDA À QUESTÃO 09.
Os
poemas
Os
poemas são pássaros que chegam
não
se sabe de onde e pousam
no
livro que lês.
Quando
fechas o livro, eles alçam vôo
como
de um alçapão.
Eles
não têm pouso
nem
porto
alimentam-se
um instante em cada par de mãos
e
partem.
E
olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no
maravilhado espanto de saberes
que
o alimento deles já estava em ti...
MÁRIO QUINTANA. Poesia
completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
O
texto é todo construído por meio do emprego de uma figura de estilo.
Essa
figura é denominada de:
(A)
elipse
(B)
metáfora
(C)
metonímia
(D)
personificação
COM BASE NO TEXTO ABAIXO, RESPONDA À QUESTÃO 10.
Science Fiction
O marciano
encontrou-me na rua
e teve medo de
minha impossibilidade humana.
Como pode
existir, pensou consigo, um ser
que no existir
põe tamanha anulação de existência?
Afastou-se o
marciano, e persegui-o.
Precisava dele
como de um testemunho.
Mas, recusando o
colóquio, desintegrou-se
no ar constelado
de problemas.
E fiquei só em
mim, de mim ausente.
Carlos
Drummond de Andrade Nova reunião. São Paulo: José Olympio, 1983.
Mas, recusando o
colóquio, desintegrou-se no ar constelado de problemas. (v. 7-8)
O estranhamento
provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
A) pleonasmo
B) metonímia
C) hipérbole
D) metáfora
11.
(UERJ 2007)
“Não
tardaria muito que saíssem formados e prontos, um para defender o direito e o
torto da gente, outro para ajudá-la a viver e a morrer.” (l. 3 – 6)
Na
passagem destacada, foram explorados diferentes recursos retóricos. Dois desses
recursos podem ser identificados como:
(A)
metonímia e metáfora
(B)
antítese e pleonasmo
(C)
paradoxo e ironia
(D)
anáfora e alusão
Leia
o texto para responder as próximas questões.
Qualquer Canção
Qualquer
canção de amor
É
uma canção de amor
Não
faz brotar amor
E
amantes
Porém,
se essa canção
Nos
toca o coração
O
amor brota melhor
E
antes
Qualquer
canção de dor
Não
basta a um sofredor
Nem
cerze um coração
Rasgado
|
Porém,
inda é melhor
Sofrer
em dó menor
Do
que você sofrer
Calado
Qualquer
canção de bem
Algum
mistério tem
É
o grão, é o germe, é o gen
Da
chama
E
essa canção também
Corrói
como convém
O
coração de quem
Não
ama
|
(CHICO BUARQUE)
12. (UERJ 2008) - A pluralidade de
sentidos, característica da linguagem poética, pode ser obtida por meio de
vários mecanismos, como, por exemplo, a elipse de termos. Esse mecanismo está
presente, de modo mais marcante, no seguinte verso:
(A)
“E amantes” (v. 4)
(B)
“E antes” (v. 8)
(C)
“Rasgado” (v. 12)
(D)
“Calado” (v. 16)
13.
(UERJ 2008) - Na última estrofe do texto, o mistério a que se refere o eu
lírico indica uma construção paradoxal. Os elementos que compõem esse paradoxo
são:
(A)
início e fim
(B)
alegria e dor
(C)
música e silêncio
(D)
criação e destruição
14. (UERJ 2008) - O processo de
personificação é um recurso utilizado no texto para humanizar a narrativa e
cativar o leitor. Um exemplo de personificação aparece no seguinte fragmento:
(A) “Passar cinqüenta anos sem poder
falar sua língua com alguém é um exílio agudo dentro do silêncio.”
(B) “E como as folhas não falavam,
punha-se a ler em voz alta, fingindo ouvir na própria voz a voz do outro”
(C) “Cinqüenta anos olhando as planuras
dos pampas, acostumado já às carnes generosas dos churrascos conversados em
espanhol”
(D) “Era agora um homem inteiro. Tinha,
enfim, nos lábios toda a canção.”
15. (UERJ 2008) Figuras de linguagem –
por meio dos mais diferentes mecanismos – ampliam o significado de palavras e
expressões, conferindo novos sentidos ao texto em que são usadas. A alternativa
que apresenta uma figura de linguagem construída a partir da equivalência entre
um todo e uma de suas partes é:
(A) “que um homem e uma mulher ali
estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho?”
(B) “Entretanto a cidade, que durante
uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a
atacar.”
(C) “batia com os nós dos dedos, cada
vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro.”
(D) “Mas naquela manhã ela se sentiu
tonta, e senti também minha fraqueza;”
16. (UERJ 2010) - “Mas, recusando o colóquio, desintegrou-se no ar constelado de
problemas.”
O estranhamento provocado no verso sublinhado
constitui um caso de:
(A)
pleonasmo
(B)
metonímia
(C)
hipérbole
(D)
metáfora
17. (UERJ 2004) - A construção poética
do discurso baseia-se freqüentemente na utilização de figuras de linguagem,como
a metonímia. O poeta recorreu a esta figura em:
(A)
“Ah, os rostos sentados”
(B)
“Os retratos em cor, na parede,”
(C)
“que exerceram (…) o manso ofício”
(D)
“de fazer esperar com esperança.”
Leia
o texto para responder a próxima questão.
Os poemas
Os
poemas são pássaros que chegam
não
se sabe de onde e pousam
no
livro que lês.
Quando
fechas o livro, eles alçam voo
como
de um alçapão.
Eles
não têm pouso
nem
porto
alimentam-se
um instante em cada par de mãos
e
partem.
E
olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no
maravilhado espanto de saberes
que
o alimento deles já estava em ti…
(MÁRIO
QUINTANA)
18.
(UERJ 2011) - O texto é todo construído
por meio do emprego de uma figura de estilo. Essa figura denominada de:
(A)
elipse
(B)
metáfora
(C)
metonímia
(D)
personificação
19. (UERJ 2011)
“Desde então procuro descascar fatos,
aqui sentado à mesa da sala de jantar”
Na sentença acima, o processo metafórico
se concentra no verbo “descascar”. No contexto, a metáfora expressa em
“descascar” tem o seguinte significado:
(A)
reduzir
(B)
denunciar
(C)
argumentar
(D)
compreender
Leia
o texto para responder a questão a seguir.
Silogismo
Um
salário-mínimo maior do que o que vão dar desarrumaria as contas públicas,
comprometeria o programa de estabilização do Governo, quebraria a Previdência,
inviabilizaria o país e provavelmente desmancharia o penteado do Malan. Quem
prega um salário-mínimo maior o faz por demagogia, oportunismo político ou
desinformação. Sérios, sensatos, adultos e responsáveis são os que defendem o
reajuste possível, nas circunstâncias, mesmo reconhecendo que é pouco.
Como boa parte
da população brasileira vive de um mínimo que não dá para viver e as
circunstâncias que o impedem de ser maior não vão mudar tão cedo, eis-nos num
silogismo bárbaro: se o país só sobrevive com mais da metade da sua população
condenada a uma subvida perpétua, estamos todos condenados a uma lógica do
absurdo. Aqui o sério é temerário, o sensato é insensato, o adulto é irreal e o
responsável é criminoso. A nossa estabilidade e o nosso prestígio com a
comunidade financeira internacional se devem à tenacidade com que homens
honrados e capazes, resistindo a apelos emocionais, mantêm uma política
econômica solidamente fundeada na miséria alheia e uma admirável coerência
baseada na fome dos outros. O país só é viável se metade da sua população não
for. (…)
(LUÍS FERNANDO VERISSÍMO)
20. (UERJ 2001) - O texto apresenta um
ponto de vista crítico, construído, dentre outros, pelo recurso da ironia. A
qualidade que constitui uma ironia, no texto, é:
(A)
“político” (linha 03)
(B)
“perpétua” (linha 08)
(C)
“emocionais” (linha 11)
(D)
“admirável” (linha 12)
21. (UERJ 2001) - A linguagem figurada,
conhecida característica de textos literários, encontra-se também em outros
tipos de texto. Verifica-se um exemplo de metonímia no seguinte fragmento da
reportagem:
(A) “… apresenta danças e ritos, mostra
arcos, flechas…”
(B) “… expõem a cultura indígena, mas de
maneira muito romântica…”
(C) “… uma programação alternativa está
deixando de lado a caravela…”
(D) “…e deixar uma semente para que o
contato com a cultura indígena continue…”
22. (UERJ 2006) - As comparações, ao
destacarem semelhanças e diferenças entre elementos colocados lado a lado,
funcionam como estratégias por meio das quais se ressaltam determinados pontos
de vista. Uma comparação está indicada no seguinte fragmento:
(A)
“Fazia calor no Rio, 40 graus e qualquer coisa, quase 41.”
(B)
“caso contrário, o suor inundaria o meu cromo italiano.”
(C)
“e o meu sapato adquiriu um brilho de espelho à custa do suor alheio.”
(D)
“deixei-lhe um troco generoso.”
23. (UERJ 2006) - A crônica de Carlos
Heitor Cony é uma crítica à hierarquia econômico-social que prevalece em nossa
sociedade. O ponto de vista do narrador sobre essa hierarquia está
exemplificado por meio de metáfora em:
(A) “Elogiou meus sapatos, cromo
italiano, fabricante ilustre, os Rosseti.”
(B) “Pegou aquele paninho que dá brilho
final nos sapatos e com ele enxugou o próprio suor,”
(C) “Saí daquela cadeira com um baita sentimento
de culpa.
(D) “por míseros tostões, fizera um
filho do povo suar para ganhar seu pão.”
24.
(Mack) Nos versos abaixo uma figura se ergue garças ao conflito de duas visões
antagônicas:
“Saio
do hotel com quatro olhos,
Dois
do presente,
Dois
do passado.”
Essa
figura de linguagem recebe o nome de:
a
– ( ) metonímia
b
– ( ) catacrese
c
– ( ) hipérbole
d
– ( ) antítese
e
– ( ) hipérbato
25.
(VUNESP) No trecho: “...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando
o máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:
a)
metáfora
b)
hipérbole
c)
hipérbato
d)
anáfora
e)
antítese
26. (PUC - SP) Nos trechos: “O pavão é
um arco-íris de plumas” e “...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e
delira...” enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a)
metáfora e polissíndeto;
b)
comparação e repetição;
c)
metonímia e aliteração;
d)
hipérbole e metáfora;
e)
anáfora e metáfora.
27. (PUC - SP) Nos trechos: “...nem um dos
autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do
major” e “...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja”
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a)
prosopopéia e hipérbole;
b)
hipérbole e metonímia;
c)
perífrase e hipérbole;
d)
metonímia e eufemismo;
e)
metonímia e prosopopéia.
28.
(VUNESP) Na frase: “O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô”,
encontramos a figura de linguagem chamada:
a)
silepse de pessoa
b)
elipse
c)
anacoluto
d)
hipérbole
e)
silepse de número
29.
(ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?
a)
“Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” (eufemismo)
b)
“A neblina, roçando o chão, cicia, em prece.” (prosopopéia)
c)
Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro.
(silepse de número)
d)
“E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua...” (aliteração)
e)
“Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia)
30. (UM - SP) Indique a alternativa em
que haja uma concordância realizada por silepse:
a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio
e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita força para
sobreviver.
b) Poderão existir inúmeros problemas
conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes
que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de
trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os
medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer
tratamento.
31.
(FEI) Assinalar a alternativa correta, correspondente à figuras de linguagem,
presentes nos fragmentos abaixo:
I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já
nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito para
o cidadão.”
III.
“A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém,
discordavam.”
IV.
“Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira,
firma os olhos.”
a)
anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;
b)
hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c)
anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d)
pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e)
hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
32.
(FEBA - SP) Assinale a alternativa em que ocorre aliteração:
a)
“Água de fonte .......... água de oceano ............. água de pranto. “(Manuel
Bandeira)
b)
“A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c)
“Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d)
“Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e)
N.d.a.
33.
(CESGRANRIO) Na frase “O fio da idéia cresceu, engrossou e partiu-se” ocorre
processo de gradação. Não há gradação em:
a)
O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.
b)
O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c)
O balão inflou, começou a subir e apagou.
d)
A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e)
João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
34.
(ADVISE 2009)
No
enunciado: “Virgílio, traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura
de linguagem denominada:
A)
anáfora
B)
personificação
C)
antítese
D)
catacrese
E)
metonímia
35.
(FMU) Quando você afirma que enterrou
“no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés da mesa”,
recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:
A)
metonímia
B)
antítese
C)
paródia
D)
alegoria
E)
catacrese
36.
(U. Taubaté) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura
denominada:
A)
sinestesia
B)
eufemismo
C)
onomatopéia
D)
antonomásia
E)
catacrese
37.
(FAU-Santos) Nos versos:
“Bomba
atômica que aterra
Pomba
atônita da paz
Pomba
tonta, bomba atômica…”
A
repetição de determinados elemento fônicos é um recurso estilístico denominado:
A)
hiperbibasmo
B)
sinédoque
C)
metonímia
D)
aliteração
E)
metáfora
38.
(Maringá) Leia os versos e depois assinale a alternativa correta:
“Amo
do nauta o doloroso grito
Em
frágil prancha sobre o mar de horrores,
Porque
meu seio se tornou pedra,
Porque
minh’alma descorou de dores.” (Fagundes Varela)
No
primeiro verso, há uma figura que se traduz por:
A)
pleonasmo
B)
hipérbato
C)
gradação
D)
anacoluto
E)
anáfora
39.
(Cesesp – PE) Leia atentamente os períodos:
Vários
de nós ficamos surpresos.
Essa
gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo.
Tua
mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso.
Entre
elas, alguém estava envergonhada.
Os
períodos aça contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de
sintaxe:
A)
Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacoluto, silepse de número.
B)
Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número.
C)
Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto.
D)
Silepse de pessoa, silepse de número, anacoluto, silepse de gênero.
E)
Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gênero, anacoluto.
40.
(Inatel) Reconheça e classifique as figuras de palavras, de construção e de
pensamento:
( ) “Quando uma lousa cai sobre um cadáver
mudo”.
( ) “Terrível hemorragia de sangue”.
( ) “Das idades através”.
( ) “Oxalá tenham razão”.
( ) “Trejeita, e canta, e ri nervosamente”.
(1)
Polissíndeto
(2)
Hipérbato
(3)
Epíteto
(4)
Pleonasmo
(5)
Elipse
A
sequência que corresponde à resposta correta é:
A)
4,3,5,2,1
B)
3,4,2,1,5
C)
3,4,2,5,1
D)
3,4,5,2,1
E)
1,3,2,5,4
41. (Cescea) Identifique os recursos
estilísticos empregados no texto:
“Nem
tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos”. (Machado de Assis)
A)
anáfora – antítese – silepse
B)
metáfora – antítese – elipse
C)
anástrofe – antítese – zeugma
D)
pleonasmo – antítese – silepse
E)
anástrofe – comparação – parábola
42.
(FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados:
“No
tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como
uma vela fúnebre de cera,
Chorei
bilhões de vezes com a canseira
De
inexorabilíssimos trabalhos!”
A)
antítese
B)
anacoluto
C)
hipérbole
D)
litotes
E)
paragoge
43.
(FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos em destaque é:
“Quando
a Indesejada das gentes chegar
(Não
sei se dura ou caroável)
Talvez
eu tenha medo.
Talvez
sorria, ou diga:
-
Alô, iniludível!”
A)
clímax
B)
eufemismo
C)
sínquise
D)
catacrese
E)
pleonasmo
44.
Em cada um dos períodos abaixo ocorre uma silepse. Marque a alternativa que
classifica corretamente cada uma delas.
“Está
uma pessoa ouvindo missa, meia-hora o cansa e atormenta e faz romper em
murmurações”.
“E
todos assim nos distraímos nesses preparativos”. (Aníbal Machado)
“A
multidão vai subindo, subiram, subiram mais”. (Murilo Mendes)
A)
silepse de gênero, silepse de número, silepse de número.
B)
silepse de pessoa, silepse de número, silepse de pessoa.
C)
silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de pessoa.
D)
silepse de gênero, silepse de pessoa, silepse de número.
E)
silepse de número, silepse de pessoa, silepse de gênero.
45.
No verso “Permitiu parecesse a chama
fria.”, encontramos algumas figuras de linguagem. Uma delas é:
a)
o eufemismo.
b)
o anacoluto.
c)
o pleonasmo.
d)
a elipse.
e)
a anáfora.
46.
É o emprego de uma palavra, com base na similaridade, para designar algo que
não tem vocábulo próprio, estamos falando de:
a)
Catacrese
b)
Hipérbole
c)
Personificação
d)
Metonímia
e)
Ambiguidade
47.
(UFPB) I. “À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita
paciência...”
II.
“... se se queria que estivesse sério, desatava a rir...”
III.
“... parece que uma mola oculta o impelia...”
IV.
“... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode
imaginar.”
Quanto
às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,
a)
gradação, antítese, comparação e hipérbole.
b)
hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação.
c)
hipérbole, antítese, comparação e paradoxo.
d)
gradação, antítese, metáfora e hipérbole.
e)
gradação, paradoxo, comparação e hipérbole.
48.
(Un. Fe. Uberlândia) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale
aquela que não está classificada corretamente:
a)
O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopéia)
b)
“E ele riu frouxamente um riso sem alegria”. (pleonasmo)
c)
Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d)
“Toda vida se tece de mil mortes.”(antítese)
e)
Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo).
49
- (Aman) - Há uma evidente onomatopéia em:
a)
“Os dois bois tafulham as munhecas, com cloques sonoros.”
b)
“E Soronho ri, com estrépito e satisfação.”
c)
“... um tremembé atapeado de alvas florinhas de bem-casados e de longos botões
fusiformes de lírios.”
d)
“Vam'bora, lerdeza! Tu é bobo o mole; tu é boi?!...”
e)
“De éis, Buscapé, e depois Namorado, acabaram.”
50)
- (Fau - Santos) - Nos versos:
“Bomba
atômica que aterra
Pomba
atômica da paz
Pomba
tonta, bomba atômica...”
A
repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico
denominado:
a)
hiperbibasmo
b)
sinédoque
c)
metonímia
d)
aliteração
e)
metáfora
51
- (Marília) - Na expressão: “Eles têm poder; nós, dinheiro”, a figura de
construção empregada é:
a)
anástrofe
b)
elipse
c)
zeugma
d)
anacoluto
e)
hipérbole
52-
(Mackenzie) – “Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal!”
Há,
nesses versos, uma convergência de recursos expressivos, que se realizam por
meio de:
I
- metonímia;
II
- pleonasmo;
III
- apóstrofe;
IV
- personificação.
Quanto
às especificações anteriores, diz-se que:
a)
todas estão corretas.
b)
nenhuma está correta.
c)
apenas I , II e III estão corretas.
d)
apenas III e IV estão corretas.
e)
apenas I está incorreta.
53
- Na expressão: “Faz dois anos que ele entregou a alma a Deus.” a figura de
linguagem presente é:
a)
pleonasmo
b)
comparação
c)
eufemismo
d)
hipérbole
e)
anáfora
54
- (VUNESP) Na frase: “O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô”,
encontramos a figura de linguagem chamada:
a)
silepse de pessoa
b)
elipse
c)
anacoluto
d)
hipérbole
e)
silepse de número
55
- (FATEC) “Seus óculos eram imperiosos.” Assinale a alternativa em que aparece
a mesma figura de linguagem que há na frase acima:
a)
“As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes.”
b)
“Nasci na sala do 3° ano.”
c)
“O bonde passa cheio de pernas.”
d)
“O meu amor, paralisado, pula.”
e)
“Não serei o poeta de um mundo caduco.”
56 - (UFPE) Tomando como título de uma
de suas obras “AMAR, VERBO INTRANSITIVO”, Mário de Andrade reafirma, pelo uso
da linguagem, sua atitude de rebeldia quanto às normas gramaticais. Ao explorar
a intransitividade gramatical do verbo amar, a linguagem - neste título - passa
a ter valor:
a) denotativo, confirmando a única
possibilidade de predicação do verbo amar;
b) conotativo, significando uma forma de
amar que se esgota em si mesma;
c) denotativo, expressando o egoísmo dos
pares amorosos;
d) conotativo, valorizando a ideia de
que “quem ama, ama alguém”;
e) denotativo, traduzindo a ideia de
que, para amar, é imprescindível o complemento
57 - (UFF)
TEXTO
Não há morte. O
encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a
supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas,
rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da
sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e
comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.
Supõe tu um
campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para
alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e
ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos
dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e
morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a
conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a
alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os
demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais
demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de
que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido,
ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
(ASSIS, Machado fr.
Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/INL, 1976.)
Assinale dentre as alternativas abaixo,
aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elipse) do verbo:
a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao
vencedor, as batatas.
b) A paz, nesse caso, é a destruição (...)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos,
as aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações
bélicas.
d) (...) mas, rigorosamente, não há
morte (...)
e) Se a guerra não fosse isso, tais
demonstrações não chegariam a dar-se (...)
58 - (FMU) Rio Abaixo
Treme o rio, a rolar, de vaga em
vaga...
Quase noite. Ao sabor do curso lento
Da água, que as margens em redor
alaga,
Seguimos. Curva os bambuais o vento.
Vivo há pouco, de púrpura sangrento,
Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga
A derradeira luz do firmamento...
Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga,
|
Um silêncio tristíssimo por tudo
Se espalha. Mas a lua lentamente
Surge na fímbria do horizonte mudo:
E o seu reflexo pálido, embebido
como um gládio de prata na corrente,
Rasga o seio do rio adormecido.
Olavo Bilac
|
Observe que o poeta preferiu a ordem
indireta à direta: “Treme o rio”; “curva os bambuais o vento”, tudo em nome da
figura chamada:
a) pleonasmo
b) antítese
c) polissíndeto
d) anacoluto
e) hipérbato
59 - (UFPE) Observando as figuras de
linguagem empregadas nos enunciados abaixo, podemos afirmar que a metáfora só
NÃO apareceu em:
a) Delegacia se afoga num mar de
inquéritos.
b) Fantasma do desemprego tecnológico
assombra trabalhadores que vivem das atividades de calcinadoras a lenha.
c) Dirigir falando no telefone celular
aumenta quatro vezes o risco de colisões.
d) De volta à moda e aos pés femininos,
o elegante e famigerado salto alto reacende a fogueira da inquisição
ortopédica.
e) É grande o nó burocrático de museus e
orquestras para liberar obras e instrumentos na alfândega.
60 - (UERJ)
TEXTO
I
01 Já dois anos se passaram longe da
pátria. Dois anos! Diria dois séculos. E durante este tempo
02 tenho contado os dias e as horas
pelas bagas do pranto que tenho chorado. Tenha embora Lisboa os
03 seus mil e um atrativos, ó eu quero a
minha terra; quero respirar o ar natal (...). Nada há que valha a
04 terra natal. Tirai o índio do seu
ninho e apresentai-o d’improviso em Paris: será por um momento
05 fascinado diante dessas ruas, desses
templos, desses mármores; mas depois falam-lhe ao coração as
06 lembranças da pátria, e trocará de
bom grado ruas, praças, templos, mármores, pelos campos de sua
07 terra, pela sua choupana na encosta
do monte, pelos murmúrios das florestas, pelo correr dos seus
08 rios. Arrancai a planta dos climas
tropicais e plantai-a na Europa: ela tentará reverdecer, mas cedo
09 pende e murcha, porque lhe falta o ar
natal, o ar que lhe dá vida e vigor. Como o índio, prefiro a
10 Portugal e ao mundo inteiro, o meu
Brasil, rico, majestoso, poético, sublime. Como a planta dos
11 trópicos, os climas da Europa
enfezam-me a existência, que sinto fugir no meio dos tormentos da
12 saudade.
(Abreu, Casimiro de.
Obras de Casimiro de Abreu. Rio de Janeiro: MEC, 1955.)
A “hipérbole” é uma figura de linguagem
empregada quando há intenção de engrandecer ou diminuir exageradamente a
verdade das coisas, dos fatos.
A alternativa em que se usa a hipérbole
como conotação do sofrimento do narrador do texto II, pela duração de sua
permanência fora do Brasil, é:
a) “Já dois anos se passaram longe da
pátria.” (linha 1)
b) “Já dois anos se passaram longe da
pátria. Dois anos!” (linha 1)
c) “Diria dois séculos.” (linha 1)
d) “E durante este tempo tenho contado
os dias e as horas...” (linhas 1 e 2)
61 - (UFRRJ)
TEXTO
BIBLIOTECA
VERDE
01 Papai, me compra a Biblioteca
Internacional de Obras Célebres.
02 São só 24 volumes encadernados
03 em percalina verde.
04 Meu filho, é livro demais para uma
criança.
05 Compra assim mesmo, pai, eu cresço
logo.
06 Quando crescer eu compro. Agora não.
07 Papai, me compra agora. É em
percalina verde,
08 só 24 volumes. Compra, compra,
compra.
09 Fica quieto, menino, eu vou comprar.
...............................................................................................
10 Chega cheirando a papel novo, mata
11 de pinheiros toda verde. Sou
12 o mais rico menino destas redondezas.
13 (Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
14 Ninguém mais aqui possui a coleção
15 das Obras Célebres. Tenho de ler
tudo.
16 Antes de ler, que bom passar a mão
17 no som da percalina, esse cristal
18 de fluida transparência: verde,
verde.
19 Amanhã começo a ler. Agora não.
...............................................................................................
20 Mas leio, leio. Em filosofias
21 tropeço e caio, cavalgo de novo
22 meu verde livro, em cavalarias
23 me perco, medievo; em contos, poemas
24 me vejo viver. Como te devoro,
25 verde pastagem. Ou antes carruagem
26 de fugir de mim e me trazer de volta
27 à casa a qualquer hora num fechar
28 de páginas?
29 Tudo que sei é que ela que me ensina.
30 O que saberei, o que não saberei
31 nunca,
32 está na Biblioteca em verde murmúrio
33 de flauta-percalina eternamente.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião . Rio de Janeiro, José Olympio,
1983. p.672-673.
No fragmento “que bom passar a mão no
som da percalina” ( v. 16-17 ) percebe-se
a) a correlação entre o sentido próprio
e o sentido figurado das palavras.
b) relação de termos que consiste no uso
do todo pela parte.
c) suavização de uma ideia através da
substituição de uma palavra.
d) relação entre percepção de sentidos
diferentes.
e) emprego de termos que se referem a
conceitos contrários.
62. “A
mulher de vida devassa não é perdoada e, para a mais antiga das profissões, o
que não faltam são metáforas animais.”
O trecho
acima se refere a mulheres que se envolvem com atividades relacionadas à:
a)
política.
b)
prostituição.
c)
dança.
d) moda.
GABARITO:
1 – B
2 – E
3 – C
4 – C
5 – B
6 – E
7 – B
8 – B
9 – B
10 – C
11 – C
12 – B
13 – D
14 – C
15 – B
16 – D
17 – A
18 – B
19 – D
20 – D
21 – C
|
22 – C
23 – A
24 – D
25 – E
26 – A
27 – E
28 – E
29 – C
30 – C
31 – B
32 – B
33 – E
34 – E
35 – E
36 – A
37 – D
38 – B
39 – D
40 – C
41 – A
|
42 – C
43 – B
44 – D
45 – D
46 – A
47 – D
48 – C
49 – A
50 – D
51 – C
52 – A
53 – C
54 – E
55 – C
56 – B
57 – A
58 – E
59 – C
60 – C
61 – D
62 - B
|
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