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domingo, 9 de junho de 2013

Semana de Arte Moderna

SEMANA DE ARTE MODERNA E GERAÇÃO DE 1922
Na década de 1920, a reação contra as estruturas oligárquicas da República Velha não se limitaram às revoltas político-militares. A contestação atingiu também o campo cultural, manifestando-se no chamado movimento modernista.
Esse movimento teve também como marco inicial a semana de arte moderna, realizada na cidade de São Paulo, entre os dias de 11 e 18 de fevereiro de 1922. Tendo como palco o Teatro Municipal de São Paulo, a semana contou com recitais de poesia, exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferencias sobre arte. Os nomes que mais se destacaram durante a Semana de Arte Moderna foram os escritores: Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade; dos músicos: Heitor Vila Lobos e Ernani Braga; dos artistas plásticos De Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.

Um dos objetivos do movimento modernista era reagir criticamente contra os padrões arcaicos e a invasão cultural estrangeira que despersonalizava o Brasil. A reação modernista implicava abasileirar a cultura brasileira.
As apresentações das obras e as ideias dos jovens artistas provocaram forte reação dos setores conservadores, mas conseguiram, com o tempo, impor-se dentro da cultura dominante do país.

                          CONTEXTO HISTÓRICO

No século XVI eram os nobres, a aristocracia que patrocinaram as artes, a literatura, eram os chamados mecenas.
No Brasil o modernismo foi impulsionado pela industrialização.
Quem financiou a Semana de Arte Moderna foi a grande Oligarquia paulista cafeeira rural, para dar um padrão, um gosto, pois a arte era um estilo social.
O Modernismo chegou até nos antes da Semana de Arte Moderna.
Surgiu com alguns endinheirados que viajavam para a Europa e trouxeram dela as ideias.
Começa a falar em Semana de Arte Moderna em 1917, quando Anita Malfatti reúne 53 trabalhos entre pinturas e gravuras, aquarelas, caricaturas e desenhos, inaugurada a 12 de dezembro de 1917, estava aceso o estopim do Modernismo.
O modernismo chegou ao Brasil sem ter condição social para existir.


ATIVIDADES APRESENTADAS DURANTE A SEMANA DE ARTE MODERNA
MÚSICA – Vilas Lobos, Guiomar Novaes, Paulínia de Ambrósia, Ernani Braga e Alfredo Gomes.
ESCULTURA – Vitor Brecheret
ARQUITETURA – A Moya e George Przyrembel
PINTURA -  Anita Malfatti, Di Cavalcanti.
LITERATURA – Mario de Andrade, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sergio Milliet, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.

MODERNISMO – 1ª FASE – 19922/1930

1.1 – CARACTERÍSTICAS I

Combate à literatura pomposa e discursiva.
Uso do verso livre desprezando o número de silabas.
Imagens em que predomina a ausência de lógica (Livre associação de ideias)
Descontinuidade cronológica e espacial
Incorporação do cotidiano: o prosaico, o grosseiro, o vulgar.
Humor (poema piada)
Incorporação do presente do progresso, da civilização da máquina.
Uso do verso livre
Busca de uma expressão mais coloquial, próxima do modo de falar brasileiro.
Eliminação dos sinais de pontuação e nexos sintáticos (prep. Conj., etc)
Metalinguagem
Aproximação com a linguagem da prosa.

1.2 – CARACTERÍSTICAS II

Sobretudo um movimento contra a invasão cultural
Espírito polêmico e destruidor: é preciso abandonar “uma arte artificial produzida à custa de imitação estrangeira” é necessário demolir “numa ordem social e política fictícia, colonial”.
Anarquismo: não sabemos discernir o que queremos, sabemos discernir o que não queremos.
Eleição do moderno como um valor em si mesmo
Busca da originalidade, a qualquer preço.
Luta contra o tradicionalismo, contra o academicismo.
Juízo de valores sobre a realidade de brasileiro.
Nacionalismo: revelação sobre os arquétipos brasileiros.
Paródia: ironia e corrosão da linguagem tradicional.


Exemplos de poemas modernistas
Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
                 Oswald de Andrade
brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval.
                 Oswald de Andrade
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
                 Oswald de Andrade
O  Capoeira

- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
                          Oswald de Andrade
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
                 Oswald de Andrade


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