SEMANA DE ARTE
MODERNA E GERAÇÃO DE 1922
Na
década de 1920, a reação contra as estruturas oligárquicas da República Velha
não se limitaram às revoltas político-militares. A contestação atingiu também o
campo cultural, manifestando-se no chamado movimento modernista.
Esse
movimento teve também como marco inicial a semana de arte moderna, realizada na
cidade de São Paulo, entre os dias de 11 e 18 de fevereiro de 1922. Tendo como
palco o Teatro Municipal de São Paulo, a semana contou com recitais de poesia,
exposições de pintura e escultura, festivais de música e conferencias sobre
arte. Os nomes que mais se destacaram durante a Semana de Arte Moderna foram os
escritores: Mário de Andrade, Menotti
Del Picchia, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade; dos músicos: Heitor Vila Lobos e Ernani Braga; dos
artistas plásticos De Cavalcanti, Anita
Malfatti, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret.
Um
dos objetivos do movimento modernista era reagir criticamente contra os padrões
arcaicos e a invasão cultural estrangeira que despersonalizava o Brasil. A
reação modernista implicava abasileirar a cultura brasileira.
As
apresentações das obras e as ideias dos jovens artistas provocaram forte reação
dos setores conservadores, mas conseguiram, com o tempo, impor-se dentro da
cultura dominante do país.
CONTEXTO HISTÓRICO
No
século XVI eram os nobres, a aristocracia que patrocinaram as artes, a
literatura, eram os chamados mecenas.
No
Brasil o modernismo foi impulsionado pela industrialização.
Quem
financiou a Semana de Arte Moderna foi a grande Oligarquia paulista cafeeira
rural, para dar um padrão, um gosto, pois a arte era um estilo social.
O
Modernismo chegou até nos antes da Semana de Arte Moderna.
Surgiu
com alguns endinheirados que viajavam para a Europa e trouxeram dela as ideias.
Começa
a falar em Semana de Arte Moderna em 1917, quando Anita Malfatti reúne 53
trabalhos entre pinturas e gravuras, aquarelas, caricaturas e desenhos,
inaugurada a 12 de dezembro de 1917, estava aceso o estopim do Modernismo.
O
modernismo chegou ao Brasil sem ter condição social para existir.
ATIVIDADES
APRESENTADAS DURANTE A SEMANA DE ARTE MODERNA
MÚSICA – Vilas Lobos,
Guiomar Novaes, Paulínia de Ambrósia, Ernani Braga e Alfredo Gomes.
ESCULTURA – Vitor Brecheret
ARQUITETURA – A Moya e George
Przyrembel
PINTURA - Anita Malfatti, Di Cavalcanti.
LITERATURA – Mario de
Andrade, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sergio
Milliet, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.
MODERNISMO – 1ª
FASE – 19922/1930
1.1 –
CARACTERÍSTICAS I
Combate
à literatura pomposa e discursiva.
Uso
do verso livre desprezando o número de silabas.
Imagens
em que predomina a ausência de lógica (Livre associação de ideias)
Descontinuidade
cronológica e espacial
Incorporação
do cotidiano: o prosaico, o grosseiro, o vulgar.
Humor
(poema piada)
Incorporação
do presente do progresso, da civilização da máquina.
Uso
do verso livre
Busca
de uma expressão mais coloquial, próxima do modo de falar brasileiro.
Eliminação
dos sinais de pontuação e nexos sintáticos (prep. Conj., etc)
Metalinguagem
Aproximação
com a linguagem da prosa.
1.2 –
CARACTERÍSTICAS II
Sobretudo
um movimento contra a invasão cultural
Espírito
polêmico e destruidor: é preciso abandonar “uma arte artificial produzida à custa
de imitação estrangeira” é necessário demolir “numa ordem social e política
fictícia, colonial”.
Anarquismo:
não sabemos discernir o que queremos, sabemos discernir o que não queremos.
Eleição
do moderno como um valor em si mesmo
Busca
da originalidade, a qualquer preço.
Luta
contra o tradicionalismo, contra o academicismo.
Juízo
de valores sobre a realidade de brasileiro.
Nacionalismo:
revelação sobre os arquétipos brasileiros.
Paródia:
ironia e corrosão da linguagem tradicional.
Exemplos
de poemas modernistas
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval.
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval.
Relicário
No baile
da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
O Capoeira
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
- Qué apanhá sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
Erro de Português
Quando o
português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Nenhum comentário:
Postar um comentário